domingo, 3 de julho de 2011

Coleta de lixo: novo modelo.

Em recente entrevista concedida à revista americana de negócios "Fortune", o executivo David Steiner, presidente da Waste Management, maior empresa norte-americana e uma das maiores do mundo no segmento de coleta de lixo urbano, previu que "dentro de 10 anos será possível extrair tanta riqueza do lixo que as empresas do setor poderão fazer as coletas nas cidades gratuitamente, sem que o poder público tenha que pagar pelos serviços".Essa declaração nos faz repensar a relação estabelecida entre os vários atores que propiciam a coleta de lixo em nossas cidades. Pelo visto, podemos ajustar esse relacionamento de tal modo que o conjunto desta ação esteja alinhado ao que o presente nos desafia: dar à coleta e ao destino do lixo uma solução sustentável, ou seja, que contemple os anseios ambientais, sociais e econômicos.


O Vereador Adriano Remonti PT
No âmbito capixaba, nossa capital pode servir de exemplo a todas as cidades do Estado, e o momento é mais do que propício, pois a Prefeitura de Vitória está em fase de negociações para a renovação do contrato de coleta de lixo, uma oportunidade ímpar para nossa administração colocar sobre a mesa uma modalidade contratual que contemple as melhores práticas possíveis para a prestação deste serviço essencial a todos nós.

Vitória está hoje entre as poucas cidades brasileiras em que a coleta é feita diariamente. Atualmente, coletamos cerca de 10 mil toneladas/mês de resíduos que são depositados, quase em sua totalidade, num aterro sanitário em Cariacica ao custo de R$ 140,00 por tonelada. Deste total, apenas cerca de 120 toneladas/mês (1,2%) são recicláveis (lixo seco) e destinados a duas associações de catadores que beneficiam diretamente 50 famílias.

O baixo volume coletado pela municipalidade faz surgir um novo problema social, que é o catador, que ao invés de estar trabalhando de maneira digna na separação de recicláveis dentro das associações ou cooperativas, é encontrado facilmente circulando em nossas ruas com seus carrinhos abarrotados de recicláveis, trabalhando de maneira desumana, disputando espaços com veículos, muitas vezes correndo risco de vida, e sendo explorados por intermediários que, além de pagar muito pouco pelo material coletado, às vezes, a moeda utilizada é a bebida alcoólica ou a droga.

Estudos indicam que, se bem trabalhada, a coleta seletiva pode ampliar o nosso percentual de reciclagem para cerca de 40% do total. Fazendo uma conta rápida, teríamos uma economia de R$ 560 mil no processo de coleta de lixo. Como o volume de material reciclável passa a ser um produto de venda, observando o valor médio de R$ 500,00 por tonelada para a venda do lixo seco, arrecadaríamos aproximadamente R$ 2 milhões.

Dessa forma, além de contribuirmos com o meio ambiente aumentando a vida útil dos aterros sanitários, geraríamos abertura de inúmeras vagas nas associações, gerando renda e dignidade para centenas de catadores e suas famílias, tornando realidade já, em nossa cidade, a previsão feita pelo executivo americano para daqui a dez anos.

Sérgio Magalhães, o Serjão,

é vereador em Vitória (PSB) e engenheiro civil


Fonte: http://gazetaonline.globo.com


Assessoria-Gabinete
Vereador Adriano Remonti (PT)
045 3379 5930

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